Estação da Sé. Seis horas da tarde. Passos
descoordenados invadem todas as portas, escadas e catracas. Para onde você olha
eles parecem vir em sua direção prestes a te devorar. Não tem como fugir. Você
está em meio ao diário ataque dos zumbis. Conhecido carinhosamente pelos
próprios zumbis como horário de pico do metrô.
É quando eu costumo seguir as regras
básicas para sobrevivência nos típicos ataques zumbis. A primeira delas é não
trocar contato visual. Os zumbis precisam achar que você é um deles. Então
abaixe a cabeça e siga o fluxo. Ficar olhando o celular é uma ótima estratégia
para não trocar olhares conflituosos com os zumbis.
Misturando-se com os zumbis
você consegue facilmente ser levado por eles para dentro do vagão do trem. É
importante ressaltar que nesse momento não adianta para onde você vá ou a forma
com que você se posicione, você sempre estará espremido e esmagado.
Uma marca bem característica dos zumbis é o
mau cheiro. Por isso, para se sair ileso, vale o velho exercício da apneia.
Como durante esse horário o tempo que leva entre uma estação e outra do metrô é
mais demorado, serão necessários em média cinco minutos entre tapar o nariz e
esperar até que as portas se abram na estação seguinte.
Lembre-se que os zumbis são fortes porque
estão em maioria. Sozinhos a gente pode até ter alguma vantagem sobre eles
(vide estação Jd. São Paulo), mas em grupo, de forma alguma eles podem ser
contrariados. Se você quer sair de um trem onde todos estão entrando, esqueça!
Você só conseguirá sair onde houver uma quantidade maior de zumbis saindo do
que entrando. E nessas situações, meu caro, cuidado para não se tornar um zumbi
também.
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